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Como família, o que temos feito com o nosso tempo?

Outro dia, assistindo a um filme americano, observei uma cena típica de café da manhã entre uma família normal. A mãe preparando algumas panquecas, a mesa farta com suco, cereais e pães entre outras coisas. Todos estavam sentados à mesa conversando e, depois de satisfeitos, cada um tomou seu rumo para iniciar o dia. Pai e mãe foram para o trabalho e os filhos para a escola. Quem de nós consegue isso, hoje em dia? Não digo a mesa farta, mas me refiro a sentar à mesa e tomar um simples leite com café, conversando com os membros da família. Acordamos apressados, corremos o dia inteiro e quando nos sobra um tempo, usamos em função própria, nunca em função da família. Percebo que alguns pais, ao longo da semana, se organizam para frequentar uma academia, jogar futebol, fazer terapia, porém não dispõe de um tempo para seus filhos. A rotina da casa e o ato de “cuidar” não superam as necessidades afetivas de seu filho. Hoje vemos filhos órfãos de pais vivos. A rotina da casa está tão dinâmica na ação do cuidar, alimentar, vestir que não sobra tempo para conversar, brincar, viver em família. Você pode me perguntar: _Mas como organizar o tempo para estar presente na vida do meu filho? Precisamos transformar o tempo, seja ele qual for, em ações produtivas e prazerosas para a família.

  • Perder um capítulo da novela em função de brincar com seu filho é ganhar na afetividade do relacionamento de vocês.
  • Levar seu filho, às vezes, com você ao futebol é ganhar no vínculo afetivo que se fortalecerá.
  • Sentar para ouvi-lo, dar atenção e ter paciência para fatos que ele conta, não é perder tempo, é ganhar na qualidade do relacionamento.

Traga seu filho para a dinâmica da casa pois, quando ele se sente útil dentro do contexto familiar, ele valoriza tudo ao seu redor e a relação fica mais saudável e feliz. Uma criança que é ouvida na infância se tornará um adolescente falante, que contará em casa o que anda fazendo fora dela, pois ele saberá que em sua família existem pessoas que o escutam e que dialogam. Precisamos valorizar a relação familiar. A família é a base, a responsável por transmitir os valores morais e sociais. Pensem nisso em cada atitude que terão com seus filhos.   Débora Corigliano é mãe, psicopedagoga, autora do livro Orientando Pais, Educando Filhos.

Por Débora Corigliano é mãe de dois filhos, Psicopedagoga, Autora do livro Orientando Pais, Educando Filhos, Palestrante e especialista em Orientação Familiar. Atende em seu consultório crianças e adolescentes com dificuldades escolares e comportamentais além da orientação ao pais e educadores. Realiza assessoria pedagógica em escolas. Participa semanalmente do Programa Nossa Gente na Rádio Brasil, sempre falando sobre harmonia familiar.

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