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Todo mundo tem seu jeito singular

A tecnologia veio para facilitar a vida das pessoas. E não foi diferente para as pessoas com deficiência. A tecnologia assistiva é uma realidade no cotidiano dessas pessoas.

A tecnologia assistiva nomeia todos os recursos e os serviços que servem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente, promover uma vida mais independente e inclusiva. No caso dos deficientes visuais, vários são os aparatos que foram desenvolvidos, usando as novas tecnologias. Dentre eles, os softwares que captam as informações e as transmitem por meio dos sintetizadores de voz. Assim o computador “fala”, o smartphone “fala”. O N.V.D.A é um software livre muito utilizado por esse público. Geralmente esses recursos costumam ser muito caros.

Mas nem sempre foi assim. Até mais ou menos a década de 1980, os cegos dispunham de poucos recursos, e o mais utilizado, para escrever e ler, era o código braile, inventado, na França, em 1829, por Louis Braille que havia perdido a visão aos três anos de idade.

O código é formado por células, cada uma delas com seis pontos, o que permite fazer 63 combinações diferentes. Essas combinações servem para representar as letras, os números, os sinais gráficos e até os sinais musicais. Como Louis Braille era músico, ele teve a preocupação de também representar os sinais musicais – notação musical em braile.

É possível escrever um texto em braile usando uma reglete– instrumento manual mais antigo –, uma máquina Perkins­–  semelhante a uma máquina de escrever tradicional, instrumento mais usado–  ou ainda, produzir o texto em um computador e imprimi-lo numa impressora braile.

Hoje em dia, essa notação pode ser vista nos elevadores, em bancos, logradouros públicos. Algumas marcas famosas têm utilizado também o braile para apresentar os seus produtos. É possível vê-lo nas caixas de sabonete, de remédio, de alguns alimentos. Isso pode ser considerado um avanço, pois o cego já pode, sem ajuda de ninguém, saber o que há dentro da caixa. Entretanto falta nessas embalagens um dado muito importante: o prazo de validade. Nem tudo ainda é perfeito!

É sempre muito enriquecedor saber que existem outras formas para se chegar a um mesmo resultado. De uma maneira diferente da convencional, as pessoas com deficiência visual conseguem interagir com o mundo e alcançar os mesmos resultados.

“Já pensou, tudo sempre igual, ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal, já pensou, tudo sempre tão igual?” (Lenine).

Por Fabiana Bonilha – Integrante do Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA), vinculado ao CTI (Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer). Colunista da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC). Doutora e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação do Instituto de Artes da UNICAMP. Graduada em Psicologia pela PUCCAMP e em Piano Erudito pela UNICAMP.

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