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A relação de afeto entre o catequista e o catequizando

Começo este artigo citando uma frase de Rubens Alves que descreve a diferença do afeto na carreira do professor / educador: “Professores, há aos milhares. Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.”

Com o Catequista, acontece da mesma forma, existe uma vocação e um grande amor pela ação que fará a

diferença  para a criança que é orientada por ele.

Quando éramos alunos nos identificávamos com alguns professores, de alguns gostávamos mais, de outros

nem tanto e, consequentemente, nosso rendimento escolar também seguia a mesma linha. Conseguíamos

boas notas nas matérias com as quais tínhamos um relacionamento afetivo com o professor.

Hoje em dia, apesar dos avanços tecnológicos, a figura do catequista  dentro do espaço de catequese, em

comparação com a vida globalizada que a criança tem acesso, a afetividade deve ocupar um espaço

importante. Estratégias diferenciadas ajudam muito a prender a atenção da criança, diversificando o

encontro e mantendo a turma “ligada” na proposta de catequizar. Porém, se não houver a afetividade em

cada atividade, o objetivo não é atendido.

Quando me refiro à afetividade, não quero dizer que o catequista  bonzinho, permissivo, legal e amigo é o

melhor. Longe disso! A relação de afetividade que o catequista  deve manter com suas crianças  permeia o

respeito mutuo, o diálogo, a troca de experiências, a capacidade de perceber a individualidade de cada um

e, também,  a competência didática. Esses fatores transformam  a ação em um momento significativo para

ambos, catequista e catequizado .

Estudos têm demonstrado a importância do afeto como mecanismo para aquisição do saber.

Comprovadamente, ele ajuda a nossa cognição, sendo em grande parte responsável pelo sucesso do

Mas você pode me perguntar: Como conseguir isso em uma turma totalmente heterogênea, com crianças

em idades e momentos sociais diferentes, por vezes sem interesse nenhum em estar ali?  Eu arriscaria

dizer… Dê o primeiro passo. Comece algo novo junto delas. Ninguém rejeita atenção. Crianças têm, por si

só, um desejo intrínseco de aprender, de ser diferente, de ter sucesso, seja ele por quais meios forem, e as

catequistas, com certeza,  têm  essa capacidade de supri-los. Porque não tentar com afetividade, com “olho

no olho”, com dedicação e amor. Não é tarefa simples, mas ser catequista não é mesmo fácil! E se

escolhemos este caminho, é porque sabemos que encontraremos flores e pedras. Temos a habilidade de

encontrar flores entre as pedras, cabe a nós darmos o primeiro passo. Através de uma aproximação afável,

utilizando a mesma linguagem de nossas crianças e despertando o interesse pelo que é proposto, o encontro

será prazeroso para ambos.

Temos que ter sim, uma preocupação com a homogeneização da turma, mas lembrando sempre do respeito

que devemos a cada  criança  como ser único.

Uma relação social saudável se faz de momentos únicos. Catequista  faça valer este título! Motive-se a

começar um projeto de afetividade dentro do seu espaço. Você tem essa competência! O resultado

certamente será positivo, crianças  interessadas, relacionamento tranquilo, objetivos alcançados. Mas,

repito, isso não se dá do dia para a noite, exige paciência, perseverança, reciprocidade e muita força de Vale a pena tentar! Boa sorte.

Débora Corigliano

Psicopedagoga

Referência Bibliográfica:

Livro: Afeto e aprendizagem

Autor: Eugênio Cunha

Editora: Wak

Lilian Judith *Bailarina Diretora da Grand Ballet Academia – Ballet da Arquidiocese de Campinas *Formada pela Escola de Vaganova com graduações na Royal Academy of Dance. *Católica, atuante nas Paróquias Santa Rita de Cássia e São Benedito – Centro – Palestrante no ECC *Faz parte do Programa Povo de Deus na Rádio Brasil, com o quadro “Santo do Dia” desde maio de 2012.

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